Nos mercados, como na maioria dos campos, existe a tentação de confundir inteligência com sucesso. O investidor que afirma prever a direção do S&P 500 ou que vê uma bolha nas ações de semicondutores antes de todos nós causa uma boa impressão. Eles são os velocistas que disparam na frente nos primeiros metros da corrida. Mas investir, ao contrário da corrida de 100 metros, é uma maratona, e o que conta mais do que a velocidade bruta é a capacidade obstinada de continuar quando o glamour há muito deu lugar ao trabalho árduo.

A verdade pouco glamorosa é que a paciência e a persistência são mais importantes do que a genialidade.

É menos uma competição de QI do que de temperamento. Se isso soa banal, é porque os investidores não gostam muito de ouvir que sua fortuna não depende de algum algoritmo esotérico, mas de sua disposição de não fazer nada por longos períodos.

Pense em Warren Buffett, cujo nome se tornou sinônimo de brilhantismo em investimentos. O mito diz que ele tem um dom sobrenatural para farejar pechinchas. A realidade é mais sutil. Seu período de manutenção favorito, como ele mesmo diz, é “para sempre”. Grande parte da vasta fortuna da Berkshire Hathaway não vem de um truque brilhante, mas da acumulação de retornos ao longo de décadas. A genialidade de Buffett reside na capacidade de ser um investidor chato, de deixar as ações da Coca-Cola ou da American Express seguirem seu curso sem negociá-las ou comprar o próximo investimento novo e empolgante.

Compare isso com o day trader que busca comprar na baixa na segunda-feira e vender na alta na terça-feira. Mesmo que tenham sucesso uma vez, as chances de repetir o feito de forma consistente são mínimas. Prever o mercado requer clarividência. E clarividência, como o movimento perpétuo, é uma ideia mais comum na ficção científica do que na vida real.

Uma analogia útil vem do esporte. O tenista mais condecorado não é aquele que dá o saque mais rápido ou o vencedor mais extravagante. É aquele que mantém a bola em jogo, que evita erros desnecessários, que aceita que os títulos de Grand Slam são conquistados ao longo de muitos verões. No investimento, assim como no tênis, a moderação é subestimada.

Há outra dimensão da persistência além da mera espera. É a disposição de continuar economizando e investindo nos momentos bons e ruins. O mercado em baixa é a sala de exames do investidor. Aqueles que capitulam e vendem tudo descobrem que fracassaram não por falta de sofisticação, mas por falta de resistência. Lembre-se de 2008, muitos dos que venderam no fundo do poço ficaram com prejuízos e perderam a recuperação subsequente. Aqueles que resistiram, ou melhor, que aumentaram suas posições, foram recompensados nos anos seguintes.

O mesmo padrão se repete em todas as recessões. Março de 2020, quando a pandemia fechou fronteiras e esvaziou cidades, ofereceu mais um teste. Comprar naquele momento parecia imprudente. Ficar parado parecia igualmente imprudente. Mas o mundo não acabou, e o mercado se recuperou com uma velocidade surpreendente. A lição não foi que você deve ser um contrarian temerário, mas que você deve ter resistência para continuar quando os outros não conseguem.

A paciência também protege contra o pior inimigo de cada um: você mesmo. Os seres humanos são propensos à ação. Queremos ajustar, adaptar, intervir. Um jardineiro rega, poda e fertiliza, mas a magia mais profunda do crescimento é a fotossíntese, que ocorre por si só. O jardineiro sábio sabe quando se afastar. O investidor sábio também.

Nos mercados, sempre haverá investidores mais inteligentes, sempre haverá pessoas mais sortudas do que você. Mas se você for mais persistente do que a maioria, se estiver satisfeito em deixar a composição fazer o trabalho pesado, então você será mais rico do que muitos deles.

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