Nos últimos dois meses, reiteramos nossa opinião de que o atual ciclo de mercado em baixa provavelmente persistirá até que ocorra pelo menos um grande catalisador para um novo mercado altista. Nas próximas semanas, nos aprofundaremos no que queremos dizer com isso e explicaremos o que os investidores poderão procurar como indicadores iniciais para que um desses catalisadores de mercado altista se materialize.

Em primeiro lugar, o que queremos dizer com “catalisador”. Este termo, como muitos outros na área de investimento profissional, é emprestado de outra indústria. Em química, um catalisador é uma substância que causa ou acelera uma reação química. Quando falamos de catalisadores como investidores, estamos usando a palavra para descrever um evento ou resultado que causará ou acelerará uma grande mudança nos mercados. Esse catalisador pode ser político, econômico ou específico de uma indústria ou empresa. Seja qual for o caso, é o catalisador que causará a mudança que estamos procurando.

No caso do atual ciclo de mercado em que nos encontramos, um catalisador para um novo mercado altista seria algum resultado ou evento que causaria uma grande mudança nos mercados e agiria para impulsionar um novo ciclo de mercado altista.

Esta semana, falaremos sobre o primeiro catalisador que estamos procurando, que (caso ocorra) provavelmente impulsionará um novo ciclo de mercado altista de ações. Ou seja, um pivô ou uma pausa na política do banco central.

Os bancos centrais na maior parte do mundo desenvolvido, liderados pelo Federal Reserve dos EUA, estão aumentando as taxas de juros. Na semana passada, o Federal Reserve dos EUA aumentou novamente as taxas de juros em 0,75%, elevando a faixa de taxas dos EUA para 3,0 a 3,25%. O Banco da Inglaterra elevou sua taxa básica de 0,5% para 2,25%. As taxas nessas e em outras grandes economias eram efetivamente de 0% no início do ano e essa rápida mudança marca um dos aumentos de taxas mais rápidos da história.

Os bancos centrais estão fazendo isso em resposta às maiores taxas de inflação em quarenta anos. Taxas mais altas são a melhor (e praticamente única) ferramenta disponível para os bancos centrais tentarem combater a inflação. Ao aumentar as taxas, o acesso ao capital da dívida é reduzido, tornando mais caro o empréstimo, o que, por sua vez, contribui para a desaceleração da atividade econômica, que atua como um freio à inflação.

Este processo tem um grande efeito nos mercados financeiros e nos preços dos ativos. Taxas mais altas e a perspectiva de desaceleração do crescimento econômico significam, para os mercados de ações, uma maior probabilidade de crescimento reduzido do lucro corporativo (através de uma economia em desaceleração e serviço de dívida mais caro) e, portanto, os mercados de ações podem ver muitas vezes surtos de venda. Essa venda pode ser especialmente pronunciada quando a posição inicial dos mercados de ações é de altas valorizações, como foi o caso no início de 2022.

Como tal, uma mudança (ou mesmo a perspectiva de uma mudança) na política do banco central, longe do aumento de taxas e indo nem direção a uma pausa ou um giro (pivô) em cortes de taxas, é um grande negócio para os mercados. No passado recente, os mercados de ações tiveram ralis positivos muito fortes, simplesmente por uma dica dos funcionários dos bancos centrais de que eles “poderiam” considerar uma pausa ou um pivô na política.

Atualmente, não há nenhuma conversa séria (ainda) sobre pausar os aumentos das taxas, muito menos girar em cortes de taxas. Mas sabemos que há uma crescente diferença de opinião dentro dos bancos centrais. Alguns, como o Fed dos EUA e o Banco da Inglaterra, realizam reuniões de comitês nas quais os membros votam sobre qual deve ser a decisão sobre as taxas. Podemos ver, analisando essas decisões, quantos membros de cada comitê votaram por aumentos de taxas, pausas ou giros (pivôs). No caso da decisão mais recente do Banco da Inglaterra, todos os membros votaram a favor de um aumento da taxa, mas um membro argumentou a favor de um aumento muito menor do que o acordado. Isto é, poderíamos dizer, uma indicação precoce de que há alguma resistência ao ritmo atual de aumentos de taxas. Há alguma indicação precoce de resistência similarmente marginal, mas crescente, à atual política de grandes aumentos de taxas também nos Estados Unidos.

O que tipicamente desencadeia uma pausa ou pivô nas políticas do banco central é uma grande desaceleração na economia. A perspectiva de desemprego muito maior e até mesmo a recessão econômica pode forçar os banqueiros centrais (e o fez muitas vezes no passado) a mudar de direção. Mais uma vez, este é um indicador precoce de uma possível mudança de política, evidência de uma dramática desaceleração econômica.

Ainda não chegamos lá, em nenhum dos casos. A economia parece estar desacelerando, mas ainda não o fez de forma drástica. E, também, há poucas evidências de uma iminente pausa ou pivô da política do banco central a curto prazo.

No entanto, isso ajuda os investidores a entenderem que, quando uma pausa ou pivô parecer uma possibilidade real, esse será um bom momento para considerar o aumento das alocações para ações em antecipação a um grande catalisador para um novo mercado altista. Ainda não chegamos lá, mas ajuda estar atento aos primeiros sinais de catalisadores como esse antes que eles ocorram!

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